Perto de duzentos estivadores manifestaram-se ontem frente à Assembleia da República, com insultos a José Sócrates e lançamento de petardos.
Em consequência da greve decretada pelos estivadores o Porto de Lisboa está paralisado há quatro dias e outros, no resto do país, poderão vir a suspender toda a actividade. Estes profissionais lutam, segundo o jornal Público, contra a criação das plataformas logísticas nas zonas portuárias, dizendo que as mesmas vão contribuir para aumentar o desemprego no sector e que servem apenas para colocar a actividade nas mãos de empresas ligadas ao Governo, nomeadamente a Mota-Engil, do ex-ministro socialista Jorge Coelho. Motivos que os levaram hoje a manifestar-se frente à Assembleia da República.
Ao som de apitos e de petardos, as palavras de ordem visaram, sobretudo, a honra do primeiro-ministro, da secretária de estados dos Transportes, Ana Paula Vitorino, e de Jorge Coelho, presidente da Mota-Engil.
Os protestos, convocados pela Confederação de Sindicatos Marítimos e Portuários, poderão repetir-se em breve. Os estivadores do Porto de Lisboa já entregaram novo pré-aviso de greve, desta feita para o período compreendido entre os dias 21 e 24 deste mês. Portos como Setúbal (onde já há estivadores a receberem cartas de despedimento), Sines, Aveiro e Figueira da Foz também poderão aderir.