Pedro Passos Coelho disse hoje que com a nova liderança do PSD e o PS não poderá continuar a fazer "chantagem política" e "vai ter de negociar mesmo" para conseguir o seu apoio no Parlamento.
Pedro Passos Coelho falava aos jornalistas, em Lisboa, depois de ter votado nas eleições directas às quais é candidato e que elegerão hoje o sucessor de Manuela Ferreira Leite na liderança do PSD.
"Eu tenho a certeza, depois do que ouvi nesta campanha eleitoral pela parte de qualquer dos candidatos, que o PSD reassumirá uma posição clara na discussão que tiver de fazer com o Governo. E tenho a certeza de que não voltarão a repetir-se situações como esta em que o PS pretende fazer uma espécie de chantagem política com o PSD numa altura em que ele está a mudar de direcção", disse.
"O que quer que PS tiver de levar ao Parlamento em apoio da consolidação orçamental vai ter de negociar com o PSD e vai ter de negociar mesmo, não vai ter apenas de dizer que nós, em nome do nosso sentido de responsabilidade, temos de votar ou deixar passar as decisões que o Governo toma. Se o Governo quer o nosso apoio vai ter mesmo de negociar connosco e de aceitar uma parte das nossas ideias", reforçou.
Passos Coelho prometeu que, se for eleito presidente do PSD, o primeiro ministro, José Sócrates, e o PS terão saberão da parte do PSD "clareza" e "firmeza" na defesa das suas posições.
E rejeitou pareceres de José Sócrates sobre as responsabilidades da futura liderança do PSD: "Eu espero que o primeiro ministro assuma as responsabilidades que lhe pertencem a ele. E as responsabilidades do próximo presidente do PSD cabem ao PSD e não ao PS ou a este Governo. Os militantes vão ser chamados a pronunciar-se sobre aquilo que é o interesse nacional visto pelos olhos do PSD e é isso seguramente que o próximo presidente do PSD, seja ele qual for, fará".
O ex-presidente da JSD manifestou "a certeza de que vai abrir-se um período novo, um tempo novo na ida do PSD e, independentemente do resultado, tenho a certeza de que o PSD estará hoje mais mobilizado, mais coeso, mais esclarecido quanto ao caminho que vai seguir".
"E não tenho dúvida nenhuma de que não voltaremos a defraudar o país quando ele precisar de nós em futuras eleições", concluiu.
São candidatos às directas de hoje para a liderança do PSD Pedro Passos Coelho, Paulo Rangel, José Pedro Aguiar-Branco e Castanheira Barros.