Ninguém escapa ao agravamento fiscal do IRS. Nem quem tem rendimentos baixos, nem deficientes ou pensionistas.
Até agora, as entidades empregadoras não retinham na fonte qualquer imposto a um deficiente que ganhasse até 1420 euros por mês. Mas, a partir de Junho, esta isenção fica limitada a quem ganha 1391 euros.
Os rendimentos de 1431 euros já passam a pagar 1%, quando na tabela de 2009 (que foi usada até agora por não haver ainda a nova) a retenção só era aplicada quando o salário ultrapassava os 1600 euros.
Para os pensionistas, as notícias também não são boas. Vão ver a dedução específica baixar (agravamento aplicado a pensões de valor anual acima dos 22 500 euros) e terão a partir do próximo mês uma subida na retenção na fonte - a isenção acaba nos 675 euros, em vez dos anteriores 690 euros. Mas não é tudo. As tabelas que agora entram em vigor penalizam os pensionistas com reformas mais elevadas, passando estes a reter mais IRS do que quem está no activo. Ou seja, um trabalhador que ganhe por mês 4052 euros faz uma retenção de 25,5%, mas um pensionista com uma pensão de 3830 euros retém na fonte 26,5%. Esta situação vai exactamente no sentido inverso do que se verificava até agora.
De uma forma geral, as mudanças na tabela de retenção sentem--se nos escalões de rendimento mais baixos, mas também nos mais elevados. Porque até agora os rendimentos mensais acima de 18 mil euros retinham na fonte 33%. Em Junho, quem ganha acima destes valores vai passar a reter 35%.